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Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha na UFMG homenageia artesãs


O evento vai trazer cerca de 80 artesãos que vão mostrar um pouco de toda a diversidade da produção artísticas do Vale




Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha na UFMG, chega à sua 13ª edição este ano. De 07 a 12 de maio, a UFMG abre suas portas para a cultura do Vale do Jequitinhonha.  O evento vai trazer cerca de 80 artesãos que vão mostrar um pouco de toda a diversidade da produção artísticas da região. Aberta ao público, a Feira também contará com apresentações culturais de grupos do Vale. 

Outro destaque dessa edição é a homenagem às mestras artesãs Dona Maria Pretinha e Dona Isabel.

A centenária Dona Pretinha

Maria Gomes Dias, conhecida em sua comunidade - Estação da Luz, na cidade de Itaobim - como Dona Maria Pretinha,  tem 106 anos, mas uma vitalidade incomum. Ainda criança abandonou os estudos para ajudar o pai e os irmãos na roça. Passavam o dia trabalhando com foice e machado e a noite a família se reunia para "amarrar esteiras". Dona Pretinha desde criança foi acostumada ao trabalho duro. 

Casou-se, teve seis filhos que foram criados com dificuldade, no entanto ela nunca "esmoreceu". O sustento da casa vinha do trabalho na roça e da fabricação de esteiras. 

Em 2000 o Ministério da Integração Nacional promoveu na comunidade, oficinas que ensinavam a confecção artesanal de produtos feitos com a taboa. Nessa oficina Dona Pretinha e outros moradores de Estação da Luz aprenderam a utilizar a matéria-prima de diferentes formas. Passaram então a confeccionar caixas, chapéus, bolsas e bancos. Muitos desistiram, pois não acreditaram na nova proposta, mas a artesã continuou firme trançando a taboa e incentivando os companheiros no trabalho. 

Com o tempo os produtos passaram a ser comercializados em feiras na região e cairam no gosto dos compradores. As obras de  Dona Pretinha e dos artesãos de Estação da Luz, são vendidas na Feira na UFMG, desde a primeira edição.

Ela já ensinou o ofício a diversas pessoas e aos 106 anos suas mãos continuam ágeis e habilidosas e transformam a fibra em objetos utilitários e decorativos como bancos e bolsas, entre outros. Os produtos confeccionados pela Mestra e pelos artesãos da comunidade Estação da Luz, podem ser encontrados na 13ª Feira de Artesanato do Vale  do Jequitinhonha na UFMG.

Dona Isabel a Mestra Bonequeira 


Dona Isabel cresceu vendo sua mãe produzir peças de barro, a partir de técnicas que havia aprendido com seus ancestrais indígenas. Passou sua infância criando seus próprios brinquedos com o mesmo material usado pela mãe - o barro.

Casou-se, teve filhos, mas logo ficou viúva. Com as crianças ainda pequenas a maneira que encontrou de sustentar a família foi seguir o mesmo caminho da mãe. Passou a produzir potes, travessas, figuras de presépios, que eram vendidos nas feiras da região. Logo suas produções começaram a chamar a atenção pela criatividade, capricho e singularidade. 

Além dos utensílios que produzia para subsistência, a artesã começou também a fazer bonecas de argila, que pareciam tomar vida com seu toque inventivo e cuidadoso. A artesã criava imagens representando as pessoas da região em diferentes situações: noivas vestidas de branco com arranjos, buquês, lábios e unhas pintadas, noivos elegantes vestidos com terno e gravata, madrinhas charmosas, grávidas amamentando, personagens em procissões. 

Dona Isabel desenvolveu um estilo próprio de trabalho e compartilha seu conhecimento com os que a cercam. Formou uma verdadeira escola de cerâmica e hoje é a mais famosa artesã que trabalha com barro no Vale do Jequitinhonha. Suas peças decoram espaços por todo o Brasil e são exportadas para diversos países. 

A Mestra já recebeu várias homenagens, inclusive da presidente Dilma Roussef na abertura da exposição "Mulheres, Artistas e Brasileiras - Produção do Século 20", em 2011. 

Fonte: Com informações da UFMG Polo Jequitinhonha

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